TEÓLOGOS MARXISTAS NA IGREJA PENTECOSTAL, CUIDADO COM ELES!

 




  
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    Uma grande parte das universidades teológicas reconhecidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) forma teólogos fundamentados no marxismo. É por esse motivo que muitos teólogos defendem Lula e as bandeiras progressistas, que a esquerda tomou posse. O apoio ao progressismo de esquerda brasileira nem sempre aparece abertamente, mas pode ser identificado na crítica dirigida ao principal adversário de Lula nas eleições de 2022, e também à igreja evangélica brasileira, que apoia Jair Bolsonaro. O reconhecimento pode acontecer meio da observação dos rótulos aplicados aos apoiadores de Bolsonaro. São eles: fundamentalistas, idólatras do messianismo, fascistas e outros criados pela esquerda brasileira.

   Além disso, tais teólogos não investem seu capital acadêmico na defesa bandeiras do cristianismo ortodoxo, aliás, não o fazem porque compraram as ideias pregadas por seus professores marxistas, que afirmam ser o cristianismo um mau capitalista, que representa um inimigo a ser maltratado, malquerido e combatido. Com esse discurso, esses teólogos saem dessas instituições compreendendo a teologia pentecostal, a democracia e a ortodoxia sob o prisma marxista e, por isso, se posicionam como opositores aos pastores e ao conservadorismo, chegando ao ponto de abandonarem o meio pentecostal, alegando ser impossível a convivência com os crentes. 

    Neste artigo propomos discorrer sobre (i) o desejo que os cristãos novos convertidos têm de conhecer a teologia com a finalidade de se preparar melhor para o exercício do serviço sagrado; (ii) o método utilizado na academia para converter estudantes em militantes marxistas inclui a inclusão de disciplinas e bibliografias que refletem o pensamento marxista, adotado pela esquerda; e (iii), os riscos que esses teólogos representam ao corpo de Cristo, a igreja. A pesquisa é bibliográfica, de natureza exploratória, conforme os pressupostos descritos por Gil (2010) e Mattar e Ramos (2021). O corpus de análise é composto por recortes de análise de grade curricular bibliografias recomendadas em cursos teológicos ofertados por universidades reconhecida pelo MEC.


 1- O DESEJO DE ADQUIRIR CONHECIMENTO TEOLÓGICO PARA TRABALHAR NA OBRA DE DEUS


    Uma boa parte da juventude pentecostal tem o sonho de adquirir conhecimento teológico para trabalhar na igreja onde congregam e, por isso, procuram Universidades credenciada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) ou uma instituição confessional para estudar teologia. Nos últimos anos, muitas instituições de ensino passaram a oferecer curso de teologia na modalidade EaD (Ensino a Distância) e também presencial. Apesar de nossa proposta é analisar alguns casos, propomos não citar nomes de instituições, mas apenas levantar as possíveis discussões que podem surgir a partir das bibliografias recomendadas nas disciplinas. 

    Sabemos que são muitas as possibilidades de trabalho na igreja para um teólogo. A começar pelas aulas na Escola Dominical, nos seminários, simpósios, conferências bíblicas, formação de professores, editorial de revistas e periódicos, consultoria doutrinária, pregação dentre outras. O campo de atuação é grande. Por essa razão, o membro interessado em ampliar sua participação no contexto da igreja procura cursos teológicos.

    Geralmente, os primeiros passos os primeiros passos em busca do conhecimento teológico são direcionados pela igreja. Ela oferece estudos bíblicos, simpósios, seminários e conferências teológicas. Além disso, destacamos o conteúdo e a estrutura das revistas "Lições Bíblicas" que, com a novo currículo apresentado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) no final de 2021, demonstrou a movimentação metodológica da editora das Assembleias de Deus: a nova revista "Lições Bíblicas" apresenta "Palavras-chave", Objetivos Específicos", dentre outros elementos, que compõem o texto científico e insere o estudante da Escola Dominical no universo da produção científica.

    Após a fase de introdução, os alunos saem em busca de ampliar o nível de conhecimento e, por isso, procuram por universidades tradicionais, que oferecem cursos teológicos reconhecidos pelo MEC. É nisso que se encontram os perigos que queremos abordar nesse estudo: os estudantes pentecostais, em grande parte, desprovidos de recursos que lhes dão condições de fazer a defesa da  fé, passam a ter contato com disciplinas desenvolvidas por pensadores forjados em escolas com fortes influências marxistas e, por isso, são transformados em militantes de pautas defendidas pela esquerda brasileira.

    A presença do aporte teórico de viés marxista pode ser constatada a partir da observação de grades curriculares de cursos teológicos, oferecidos por diferentes instituições acadêmicas. Em uma breve pesquisa realizada pela internet, constatamos grades que incluem as seguintes disciplinas: Empreendedorismo, Educação Ambiental, História de Povos Indígenas e Afrodescendentes, Cultura Brasileira e Filosofia da Linguagem. Não pretendemos desmerecer os trabalhos realizados por Darcy Ribeiro, Sérgio Buarque de Holanda (um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, no ano de 1980) e Mikhail Bakhtin, autores que ancoram as disciplinas citadas, antes, afirmamos que temos estudado esses autores em Ciências Sociais e Humanas e aprendido muito por meio de suas obras, mas não há como negar que nos debates que surgem em salas de aula, dependendo do alinhamento ideológico do docente, o viés político e ideológico partidário aparece para doutrinar alunos.

    Com tantas bibliografias e professores ligados à esquerda brasileira lecionando em escolas teológicas, logo, os jovens cristãos pentecostais entram nessas universidades falando em outras línguas (Glossolalia- fenômeno identificado pelos pentecostais como sendo a evidência do batismo no Espirito Santo), mas saem apresentando discurso de ideólogos de esquerda. Ou seja, deixam a universidade como militantes de esquerda, criticando o sistema operante na igreja onde congregam, seus pastores, o conservadorismo e tudo o mais.


 2- COMO OS TEÓLOGOS PASSAM A PENSAR SOBRE IGREJA E OS MOVIMENTOS REALIZADOS POR ELA?


     Para os teólogos fundamentados no marxismo, a igreja cristã é um sistema capitalista, conservador, que foge dos conceitos marxistas, por isso, precisa ser combatida e substituída por um povo alternativo (KOYZIS, 2014, p. 189). Por essa razão, a esquerda se posiciona contrária ao pensamento ortodoxo cristão, ao casamento heterossexual, a família tradicional, liturgia, formação tradicional de pastores pentecostais, manifestação dos dons espirituais, disciplina, fidelidade ao ministério, condenação do pecado, exegese e a hermenêutica tradicionalmente usada pela igreja dentre outros. Apegados à Teologia Liberal, a esquerda brasileira critica o nível de conhecimento, o intelecto e o conteúdo dos teólogos pentecostais. Ela alega que teólogos pentecostais são rasos de conteúdo, visando abalar a convicção de jovens estudantes, oriundos de igrejas conservadoras, a fim de converte-los em militantes de causas progressistas.

    Em relação aos programas assistenciais oferecidos pela igreja evangélica brasileira, geralmente, os teólogos forjados em universidades de cunho marxista desqualificam os programas executados pela igreja há séculos. Outro ponto a ser destacado, refere-se à negação do direito de cidadania do cristão e da liberdade de manifestação pública. Para constatar esse pensamento, tomarmos como exemplo as manifestações ocorridas em 7 de setembro de 2021, quando um grande número de cristãos apoiadores de Jair Bolsonaro protestou nas ruas e avenidas de várias cidades e estados do Brasil em favor de pautas do atual governo, mas por isso, foram tratados como antidemocráticos e fascistas. Devemos lembrar a manifestação pública é um direito constitucional. Apesar de a manifestação publica ser amparada, numa breve pesquisa pelas redes sociais de teólogos marxistas, constatamos que os protestos foram condenados e rotulados como antidemocráticos por teólogos recém-formados.

   O pensamento marxista propõe invalidar o cristianismo ortodoxo e toda experiência proporciona proporcionada por ele. Por essa razão, a esquerda propõe a substituição dos cristãos tradicionais por pessoas alinhadas à ideologia de esquerda e é dessa forma que um considerável número de estudantes de teologia passam a pensar, após a conclusão do curso. Salientamos, porém, que essa ação não ocorre apenas no universo da teologia, mas sim no ambiente acadêmico, de forma geral. Sobre isso, falaremos em pesquisa futura.


 3- COMO AGEM ESSES TEOLOGOS E QUE SINAIS DEIXAM PARA QUE SEJAM IDENTIFICADOS?


    Normalmente, os teólogos doutrinados pela esquerda não se posicionam publicamente em favor de conceitos cristãos ortodoxos, tais como: Deus, família, sexo, moral, igreja e outros temas que compõem a pregação cristã. Antes, eles atacam esses conceitos  diariamente nas mídias sociais, na imprensa, nos programas de entretenimento estruturando seus discursos com clichês e sinais que os identificam com a ideologia de esquerda. Os clichês criados por doutrinadores de esquerda (artistas, historiadores, jornalistas, professores e outros) são: "fundamentalista", "gado", "arminha" e outras capazes de criticar os pastores, a igreja e sua doutrina, bem como, identificar seu alinhamento ideológico. 

   Para avançar em nosso estudo, tomamos como exemplo do pensamento de esquerda, uma postagem recente de uma pessoa, que se define como teólogo, pastor e crítico do conservadorismo cristão. Nela, o autor manifesta seu apoio a um casamento homossexual, celebrado por uma pastora batista, no final de 2021, mas faz críticas ao conservadorismo evangélico deslegitimando sua pregação, inclusive. Por questão de preservação de identidade, apagamos o nome do pastor, mas faremos uma análise do enunciado da postagem. Vejamos:


    Na postagem, o pastor critica o conservadorismo chamando de "fundamentalismo" (referência posicionamento de pastores que criticaram a realização do casamento representado na foto, fato que foi amplamente repercutido nas redes sociais, quando do acontecimento). Em seguida, ele se posiciona como um militante da inclusão de gênero e afirma que pretende impedir a expressão do pensamento conservador ao dizer "não podemos deixar que continue". (Essa fala nos dá margem para pensar no conceito de discurso intolerante). De acordo com Barros (2011), a intolerância é a manifestação do sentimento gerado pelo discurso preconceituoso. Logo após, o autor do post deslegitima o evangelho pregado por pastores ortodoxos, quando diz: "tentando calar aqueles que pregam o amor de Deus". Nessa fala, está pressuposto que os pastores conservadores não pregam o amor de Deus, mas apenas a pastora celebrante do casamento, ele (autor do post) e seus pares pregam o verdadeiro amor.

   Com uma estrutura um pouco diferente do conteúdo analisado no parágrafo anterior, muitos teólogos recém-saídos de seminários teológicos têm se revelado alinhados à esquerda por meio estrutura de suas postagens críticas dirigidas aos pastores e a igreja nas redes sociais. Eles não dizem abertamente que são progressistas, mas se declaram por meio da intertextualidade e da interdiscursividade e polifonia  identificadas seus discursos. Em nossa pesquisa pelas redes sociais dos tais teólogos, constatamos expressões como "arminha" ( arma representada por meio da gesticulação das mãos) e os verbais  gado” (utilizado para designar pessoas, especialmente, evangélicos seguidores de Bolsonaro), "coiso" referindo-se ao presidente eleito em 2018, fundamentalismo evangélico e outros sinais que os identificam com esquerda brasileira.

    Em linhas gerais, os conceitos acima citados representam: a presença de um discurso em outro discurso (intertextualidade); a presença de um discurso em outro discurso (interdiscursividade) e a presença e muitas vozes em uma voz (polifonia). Em alguns casos, é possível que o "eu" não seja reconhecido, mas o "outro" em mim. Não pretendemos aprofundar sobre essa discussão teórica, mas apenas fundamentar nossa análise, por isso recorremos às contribuições sobre o conceito de polifonia bakhtiniana, discutido por  Beth Brait (2020). A autora assim descreve o conceito de Bakhtin:

 

O que caracteriza a polifonia é a posição do autor como regente de grande coro de vozes que participam do processo dialógico. Mas esse autor é dotado de um ativismo especial, rege vozes que ele cria e recria, mas deixa que manifestem com autonomia e revelem no homem um outro "eu para si" infinito e inacabável.[...] A polifonia se define pela convivência e pela interação, em um mesmo espaço (BRAIT, 2020, p. 159).

 

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    É exatamente dessa forma que muitos teólogos recém-formados se mostram em relação à igreja evangélica, sua pregação e posicionamento. Eles usam os coro de vozes da esquerda brasileira para organizar e executar sua crítica ao evangelho ortodoxo. Apesar de serem críticos do que chamam sistema opressor, nada falam sobre o discurso preconceituoso e intolerante praticado contra os pastores ortodoxo. 

    Em outra busca nas redes sociais desses teólogos, constatamos o não posicionamento virtual de tais teólogos em defesa da honra dos pastores quando foram agredidos por meio de postagens preconceituosas ou intolerantes, proferidas por ideólogos de esqueda. Em uma conta no Twitter, uma cantora publicou a seguinte frase relacionada à indicação do pastor André Mendonça ao cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF): "Gente! Um pastor no STF! É normal isso?". O Dr. André Mendonça é um homem de notável conhecimento jurídico e longa experiência na área, mas foi questionado pela esquerda brasileira por ser um pastor "terrivelmente evangélico", como descrito pelo presidente Jair Bolsonaro, quando fez sua indicação.

    Em outro exemplo, um economista e apresentador considerado uma das cem pessoas mais influentes no Brasil publicou um post em sua conta no Instagram comparado pastores a ladrões de banco. A postagem marginaliza atividades pastorais, sugere que a igreja é uma instituição financeira e ignora os motivos que levam pessoas a um templo evangélico, contudo, pouca ou nenhuma nota de repúdio foi encontrada nas páginas de tais teólogos recém-formados pesquisadas para execução desse trabalho. Diferentemente disso, as críticas ao presidente pela indicação de um pastor ao cargo de ministro do STF e as manifestações de 7 de setembro foram amplamente repercutidas nas sociais estudadas.

    Os dois casos apresentados não se configuram em um discurso intolerante? De acordo com os pressupostos do discurso intolerante apresentados pela professora e doutora Diana Luz Pessoa de Barros (2011) podemos classificar que sim. No entanto, apesar de termos possibilidade de desenvolver esse tema nesse artigo, propomos como tema para futuras pesquisas.


 CONSIDERAÇÕES FINAIS


   Devemos defender e incentivar que o jovem cristão adquira conhecimento e formação acadêmica e valorizar os estudos interdisciplinares, mas compreendemos que a igreja evangélica pentecostal precisa ser mais atuante e criteriosa na formação de seus teólogos. entendemos que os alunos recém-formados precisam passar por uma avaliação rigorosa do conselho doutrinário d instituição, afim de averiguar se os mesmos permanecem no cristianismo ortodoxo. Por essa razão, propomos que, além de Escolas Dominicais, pastores precisam desenvolver escolas teológicas capazes de atingir membros de todas as idades, e que ofereça em seu currículo disciplinas capazes de dar bases ideológicas que, no mínimo, provoque a crítica do jovem estudante de teologia visando dar condições de enfrentamento, para dialogar com professores universitários marxistas, quando confrontados em razão de sua fé.

  Em relação aos teólogos que já foram aliciados pela ideologia de esquerda, compreendemos que eles precisam ser corrigidos e orientados a retornarem à tradição cristã. Caso não se arrependam e retornem aos princípios, tenham seus espaços reduzidos ou, em última análise, sejam cortados do ambiente da igreja, porque se continuarem atuando, certamente, causarão danos ao rebanho de Deus.


Marcos Cruz 

Pastor na Assembleia de Deus Ministério de Interlagos, graduado em Jornalismo, Teologia e mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Santo Amaro- UNISA. E-mail:  olc73@hotmail.com


REFERÊNCIAS

kOYZIS, David. T. Visões e Ilusões Políticas: Uma análise & crítica cristã das ideologias contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2014.

BARROS, Diana Luz pessoa de (Org.). Preconceito e Intolerância: reflexões linguístico-discursivas. São Paulo: Universidade Mackenzie, 2011.

BRAIT, Beth (Org.). Bakhtin. Conceitos Chaves. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2020.

Gil, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2019.

MATTAR, João; RAMOS, Daniela Karine. Medotologia da Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas, quantitativas e Mistas. São Paulo: Edições 70, 2021.

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