“VAMOS À CASA DO SENHOR.”

 

 LEITURA:

Salmos 122. Cântico dos degraus, de Davi.

 

Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor! Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém!

Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida, aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor; pois, ali, estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.

Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam. Haja paz dentro dos teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios. Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: haja paz em ti! Por causa da Casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.

Introdução: “orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.”

A sequência de três salmos, 120,121,122 ilustra o trajeto do crente fiel a Deus e, por consequência, o trajeto da Igreja de Cristo neste mundo. Nem sempre somos beneficiados com uma vida harmoniosa, tranquila. Cada um desses três salmos expressa fases de nossa vida terrena.

Os salmos 120 a 134 trazem um título interessante, mas de difícil compreensão. Cada um deles se chama “Cântico dos degraus”. É impossível, de maneira honesta, determinarmos o sentido desse título; não seremos levianos quanto a isso. O que de fato deve chamar a nossa atenção são os textos em si.

O salmo 120 expressa um dos graves problemas que podem atingir o servo do Senhor: o homem mentiroso e caluniador.

O salmo 121 fala da grande esperança em que Deus é o nosso socorro, quando elevamos os olhos para o lugar de onde ele nos atende. Deus não abandona os seus servos. “Elevo os meus olhos para os montes; de lá vem o meu socorro” (121.1).

O salmo 122 relata a alegria de se cultuar a Deus, juntamente com os irmãos, em santa e perfeita harmonia. Paulo recomenda essa harmonia, na 2ª Carta aos Coríntios 13: “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz, e o Deus de paz será convosco” (13.11).

1.  É BEM DIFÍCIL CONVIVER COM OS QUE DETESTAM A PAZ

No salmo 120, o salmista lamenta a dificuldade de viver entre caluniadores e mentirosos. “... a minha alma bastante tempo habitou com os que detestam a paz” (v.6). Quantas vezes a Igreja do Senhor, em todo o mundo, tem convivido com essas perseguições, desde o primeiro século da era cristã? A Igreja convive entre os que detestam a paz.

O salmista teve situações angustiantes, sofreu perseguições tão difíceis que clamou por libertação da parte do Senhor. São inúmeras as vezes em que o crente fiel e a própria igreja padecem o ataque feroz das más línguas! Tiago diz que a língua é um pequeno fogo que incendeia um bosque! (Tg 3.5). Deus nos livre desses sofrimentos que tiram a nossa paz.

2.  CONFIANÇA: O NOSSO SOCORRO VEM DO SENHOR

No salmo 121, o poeta dos Salmos expressa a sua confiança na libertação que vem do alto. “O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra” (v.2). A palavra de Deus é que nos inspira a confiança no Altíssimo. Diz Isaías: “Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. (26.4). O salmo 46 diz que o Senhor é socorro bem presente na angústia. O salmo 9.10 reforça essa confiança. O apóstolo Pedro recomenda: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pe 5.6-7).

O nosso socorro vem do Senhor e, para isso, é necessário que estejamos afinados com o seu querer. O próprio Senhor nos afina, para nos usar segundo a sua vontade, assim como nenhum músico executa um instrumento musical, sem que antes o afine.

Nós somos instrumentos nas mãos de Deus. Ele nos protege, e nos guarda do mal. “O justo não temerá maus rumores, o seu coração está firme, confiando no Senhor” (Sl 112.7).

3.  O PRAZER DE LOUVAR AO SENHOR NA CONGREGAÇÃO DOS SANTOS

Chegamos ao Salmo 122. Ele trata da alegria de louvar ao Senhor com a congregação. No Salmo 133 lemos sobre a felicidade de se viver em união, O salmista revela a grande alegria de comparecer à Casa do Senhor, junto com os irmãos. (v.1).

Quando o salmista Davi escreveu esse salmo, ainda não havia templo! O templo foi construído por Salomão, seu filho. Esse salmo foi escrito uns trinta anos antes do templo! Qual era, então, essa casa do Senhor? se templo não havia?

Uma leitura atenciosa dos versículos 1 e 2, deixa claro que o salmo se refere a Jerusalém que, no A.T., era tido como o lugar de adoração.

No encontro que Jesus teve com a mulher samaritana houve um diálogo esclarecedor sobre isso:

DISSE-LHE A MULHER: “Nossos pais adoraram neste monte, e vocês dizem que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, creia em mim, que a hora vem em que nem neste monte, nem em Jerusalém vocês adorarão o Pai... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em Espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (Jo 4.20-23).

O rei Davi alegrava-se de cultuar a Deus, com seus irmãos, em Jerusalém.

Atualmente, nós chamamos de Casa do Senhor os templos onde cultuamos a Deus. Mas isso é uma linguagem figurada, que se refere ao lugar onde nós adoramos ao Pai em espírito e em verdade.

Vale lembrar que Davi não recebeu um convite para ir à casa do Senhor, como muitos pensam. Repare que o salmista não diz que se alegra com um convite. Se fosse um convite, o texto seria interrogativo; então, ele diria: “alegrei-me quando me convidaram: Vamos à casa do Senhor?”. Não é isso que ele diz!

Davi se alegra com uma afirmação. Em outras palavras, ele diz: Eu fico muito alegre quando meus irmãos dizem que vão à Casa do Senhor. O crente fiel, consciente de sua salvação em Cristo, confiante nas promessas divinas não precisa ser convidado para adorar ao Senhor. Ele anseia por estar na congregação. “... e habitarei na Casa do Senhor por longos dias” (23.6)

É assim que nos sentimos? Estamos prazerosos pela nossa reunião de louvor e adoração ao Pai? Na dispensação da graça, nós louvamos e enaltecemos a Deus, no templo, aguardando o Dia da redenção, quando o adoraremos para sempre na Jerusalém Celestial, a Jerusalém de Deus.

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